Do: http://diariodluta.blogspot.com/
Depois de Pedro Novais, mais um representante do povo maranhense na berlinda, enrolado até o pescoço, agora com as forças sobrenaturais.
Desta vez, ninguém menos do que o deputado Federal Zé Vieira, ex-prefeito de Bacabal, figura conhecidíssima do cenário humorístico, pelo fato de já ter garantido ao público do CQC, programa veiculado na TV Bandeirantes, boas gargalhadas.
Não sabe o que ou quem é a Venezuela, muito embora tenha participado da sessão que aprovou a entrada desse país no Mercosul; não sabia quem era o presidente do Banco Central, embora achasse um “grande crime” tirá-lo da presidência e, por fim, não sabia o que significava TCU (Tribunal de Contas da União), apesar de na semana anterior ter sido condenado pelo órgão.
Não teve receio em afirmar que não indicou nenhuma emenda parlamentar no Orçamento da União em 2011, para o município de Bacabal, lugar em que teve grande parte de sua votação, pelo fato de “não ter acesso com o atual prefeito”.
Já foi campeão duas vezes: ausência nas sessões da Câmara dos Deputados e gastos com viagens, no aluguel de táxi-aéreo.
Agora se está envolvido em outro esquema, dessa vez com forças do além.
Espíritos, no caso de porco, nada difícil de ser tirado, não precisa de exorcista, muito menos sessão de descarrego, apenas das forças da Polícia Federal.
Segundo reportagem da jornalista Elvira Lobato, José Vieira repassou parte de verba parlamentar a empresa de taxi aéreo sem sede, funcionários ou registro na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O endereço informado pela empresa é de conjunto habitacional simples e os pagamentos continuaram mesmo após morte de piloto.
Como se diz, nesses casos: sinistro!!!
Vamos à matéria.
Deputado dá R$ 560 mil a firma-fantasma
O deputado federal José Vieira (PR-MA) repassou R$ 560 mil da verba de custeio de atividade parlamentar a uma empresa-fantasma. Durante dois anos, Vieira, que tem avião próprio, simulou despesas com afretamento de aeronaves para seus deslocamentos no Maranhão.
Os pagamentos foram feitos à Discovery Transporte e Logística, uma suposta empresa de táxi aéreo, que só existe no papel.
A Discovery não possui avião, nem sede, nem funcionários. O endereço que consta como sede da empresa na Receita Federal é uma residência em um conjunto habitacional simples, em São José do Ribamar, na região metropolitana de São Luís.
A empresa foi registrada em nome de um piloto que prestava serviços ao deputado em Bacabal, cidade maranhense da qual Vieira já foi prefeito.
O piloto, José Joaquim Nina, morreu no início do ano, mas já não pilotava havia muito tempo. Mesmo depois da morte dele, os pagamentos à empresa continuaram.
A Discovery é conhecida das empresas de táxi aéreo regulares do Maranhão como empresa de fachada que vende notas fiscais.
No aeroporto de São Luís, a Infraero informou que a Discovery não faz vôos. Ela também não tem registro na Anac (Agência Nacional de Avião Civil) como empresa de táxi aéreo.
Já o deputado possui um avião Sêneca modelo 34-220T, no valor de R$ 607 mil, conforme consta na declaração de bens que ele apresentou à Justiça Eleitoral no ano passado.
O principal item de despesa do deputado pago com a cota parlamentar é a contratação do suposto serviço da Discovery. Os gastos começaram a ser lançados em julho de 2009. Em alguns meses, foram mais de R$ 60 mil. Neste ano, a Câmara pagou R$ 83 mil de notas da Discovery.
A cota parlamentar para os deputados federais do Maranhão é de R$ 31.637 por mês. A verba é para cobrir gastos com alimentação, hospedagem, passagens aéreas, combustível, afretamento de avião e outras despesas.
O único item da cota que tem limite de gasto é o combustível (R$ 4.500 por mês).Se o congressista gastar abaixo da cota em um mês, a diferença é acumulada para os meses seguintes.
A norma da Câmara é de que o deputado não pode usar a cota parlamentar para despesas com campanha eleitoral. Porém, em 2010, ano eleitoral, Vieira apresentou R$ 333 mil em notas da Discovery.
Ao ser informado de que a Discovery não tem avião, nem sede, o chefe de gabinete do deputado, Ivo Icó, mostrou surpresa. "Como é que não tem avião, se o deputado voa nela? É lógico que existe. O deputado vai voar numa empresa fantasma?".
Parece que sim, agora resta à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal investigar essa conexão entre o deputado Zé Vieira e as forças do além.