sábado, 27 de agosto de 2011

Cicero Filho é entrevistado pelo Jornal Regional ma

Stuart Jr e Cineasta Cicero Filho

1- Como surgiu a idéia de fazer um cinema com cara de gente comum, sem complicação?
Sou de Poção de Pedras no estado do Maranhão, a cerca de 320 Km de São Luis. Faço filmes desde os doze anos. Resido atualmente em Teresina, Piauí. Sou graduado em comunicação social – Jornalismo. Fiz Jornalismo, pois foi à coisa mais próxima que encontrei de cinema. Comecei às escondidas, usando a filmadora JVC M9000 de meu pai. Pegava a máquina e saía pra rua para gravar, na verdade, me divertir com a criançada da rua Manoel Máximo, onde moram meus pais até hoje. Desde esse tempo, acumulo em meu currículo mais de vinte produções. No começo, os meus “filmes” não tinham roteiro, apenas idéias que iam surgindo. Sempre fui uma espécie de louco, por viver intensamente tudo o que penso. As minhas atitudes chegavam a ser surreais. Por causa disso, lembro que, quando criança, muita gente me chamava de louco e de vagabundo, além de outros termos chulos. Sempre fui o pior aluno da sala. Não porque não estudasse, mas por estar “fora do ar”, sempre pensando em coisas voltadas ao cinema. Gostava de matar aula para assistir filmes na televisão. A literatura era uma de minhas matérias preferidas, além de outros assuntos voltados para a arte. Se tivesse algo a ver com a arte, lá estava eu. No cinema, sou totalmente autodidata. Para resolver isso, tentei, ano passado, fazer uma pós-graduação na área de cinema, em São Paulo, mas ainda não conclui o curso por falta de tempo. Nesse meio tempo fiz dois filmes, ainda inéditos, o longa-metragem dramático “Flor de Abril”  com estréia prevista para Setembro deste ano. É muito rico aproveitar as pessoas das próprias comunidades para filmar, isso da mais verdade. As complicações estão nas formalidades que as vezes o cinema impõe.