segunda-feira, 21 de março de 2011

vereadores de lago açu são coagidos para não cassarem a prefeita.

O presidente da Câmara de Vereadores de Conceição do Lago-Açu, José Alcoforado de Albuquerque Júnior (PTB) – que faz oposição à prefeita Marly dos Santos Sousa Fernandes (PSL) –, denunciou ontem, em entrevista por telefone ao Jornal Pequeno, que o quebra-quebra realizado por mais de 200 vândalos na tarde de sexta-feira na Câmara do município teve a participação de ao menos cinco auxiliares diretos da prefeita. O tumulto impediu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um rol de supostos atos irregulares cometidos na gestão de Marly Souza. Seis pessoas foram presas e levadas para Bacabal – entre elas um sobrinho e um cunhado da prefeita (veja relação em destaque).

De acordo com o vereador Alcoforado Júnior, participaram ativamente do quebra-quebra de sexta-feira os secretários Rosinaldo Ferreira Bringel, o “Verú” (Educação), Salustiano dos Santos (Esportes), Josiclei Santos (Comunicação), José Miguel Lobato Santos (Gabinete) e Edielson Vieira, o “Didi” (Cultura). Dois vereadores também teriam instigado o vandalismo – Alcimar da Rocha Mota (o “Mazinho”, do PSL) e Iran Silva Vale (PTC).

O presidente da Câmara denunciou, ainda, que ele e outro vereador da oposição – José Wilson de Oliveira (PT) – foram ameaçados de morte pelos vândalos, que ontem ainda circulavam livremente na cidade, depois que o reforço policial de 15 homens, vindo de Bacabal e Olho d’Água das Cunhãs, deixou o município. “Eu e o José Wilson estamos abrigados fora da sede porque fomos proibidos de circular na cidade pelos baderneiros”, disse Alcoforado. Sem a presença do reforço, Lago-Açu conta apenas com cinco PMs, chefiados pelo sargento Delmir, que atua como delegado.

Segundo o vereador Alcoforado, as duas centenas de pessoas que atacaram a Câmara e provocaram até tiroteios na cidade foram trazidas em caminhonetes D20 e ônibus alugados pela prefeitura de povoados de Lago-Açu, como Olho d’Água, Envira, Matinha e Mata Velha.

O presidente da Câmara de Lago-Açu informou ainda que amanhã (21) virá a São Luís para solicitar formalmente ao comandante da Polícia Militar do Maranhão, coronel Franklin Pachêco Silva, a presença da tropa de choque no município no próximo dia 23 (quarta-feira), quando está marcada uma nova sessão na Câmara para tentar instalar a CPI.

A baderna – Os nove vereadores de Conceição do Lago-Açu (a 312 km de São Luís) não puderam votar, na tarde de sexta-feira, uma proposta de CPI para investigar irregularidades na gestão da prefeita do município, Marly dos Santos Sousa Fernandes (PSL). É que mais de 200 pessoas – trazidas pela prefeita e seus aliados do interior, segundo o Jornal Pequeno apurou – patrocinaram um violento quebra-quebra na Câmara de Vereadores, impedindo a sessão.

De acordo com o que testemunhas do vandalismo disseram ao JP, os baderneiros entraram na sede do Legislativo Municipal e logo quebraram a vidraça que separa a galeria do plenário, o que causou ferimentos em algumas pessoas que esperavam o início da sessão.

Policiais militares de Bacabal e de Olho d’Água das Cunhãs foram chamados para tentar conter os vândalos, mas não puderam evitar o quebra-quebra, que deixou as dependências internas da Câmara totalmente destruídas. Tiros também teriam sido disparados do lado de fora da Câmara, e o carro do presidente da Casa, o vereador de oposição José Alcoforado de Albuquerque Júnior (PTB) foi apedrejado.

Rosário de irregularidades – As irregularidades que pesam contra a administração de Marly Sousa foram elencadas num documento elaborado pelo Sindicato dos Servidores de Conceição do Lago-Açu, entregue há três meses a três órgãos investigativos – o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público Estadual (MPE) e a Controladoria Geral da União (CGU).

Dispensas irregulares de licitações, contratação de empresas fantasmas, utilização de notas frias para justificar despesas e desvios de recursos da Saúde e da Educação estão incluídos no imenso rol de irregularidades.

Conforme o Sindicato dos Servidores de Conceição do Lago-Açu, em meio aos documentos que comprovam o rosário de irregularidades perpetradas na atual administração do município, dois casos chamam a atenção, pelos indícios de fraude que saltam aos olhos.

No primeiro deles, uma nota de empenho (nº 73, de 03.04.2009), no valor de R$ 2.564,82, referente ao pagamento de materiais destinados às escolas, com recursos do Fundeb, está em nome da empresa H. Machine, de Luciene Almeida Cavalcante. Só que a nota fiscal referente ao mesmo empenho foi emitida pela LHC Comércio e Representações, da mesma Luciene.

No outro caso, a prefeita Marly Sousa mandou pagar R$ 69.310,86 à construtora Amazônia, sediada em Raposa, pela reforma de um pequeno hospital do município – que apesar de interditado pela Vigilância Sanitária estadual, segue atendendo precariamente os lagoaçuenses.

Resultado: a reforma nunca foi realizada, e para complicar uma outra construtora – a A.J.S. – entrou na Justiça exigindo o pagamento pela mesma obra “fantasma”.

Marly Sousa também é acusada pela oposição de se eleger em 2008 distribuindo fartamente carteiras da Colônia de Pescadores de Lago-Açu (Z-41) – da qual já foi presidente e cuja direção foi entregue na época da eleição a sua irmã, Lindalva, que ainda preside a entidade.

Sobrinho e cunhado da prefeita estão entre os presos

Um sobrinho e um cunhado da prefeita Marly Souza estão entre as seis pessoas presas na sexta-feira pela Polícia Militar por envolvimento nos atos de vandalismo que resultaram na depredação da sede da Câmara Municipal de Conceição do Lago-Açu. Os detidos foram levados para Bacabal. Veja a relação:

Adaílton de Sousa Mendes, o “Biro-Biro” (sobrinho da prefeita); Edílson de Sousa Ferreira (cunhado da prefeita); José Benedito Ferreira das Chagas, o “Zeca de Bernardino”; Manoel de Jesus Maciel Pereira; Maria do Socorro Soelho e José Carlos Moreno Lopes. (OV)

(Fonte: Jornal Pequeno)
Em tempo/Em São MAteus tambem a coisa esquentou na ultima sessão, vamos ouvir as partes e depois publicaremos o que realmente aconteceu e por que?