Entenda como calcular o "Coeficiente Eleitoral"
         O coeficiente eleitoral é utilizado para escolher os  representantes do poder legislativo em nosso Brasil. Assim,  para  elegermos deputados federais, deputados estaduais e vereadores,  precisa-se conhecer o coeficiente eleitoral. Exceção ocorre  na eleição  para Senador, em que o mais votado é eleito.  SIMPLIFICANDO. COMO ELEGER UM DEPUTADO FEDERAL, ESTADUAL OU  VEREADOR?  1º Passo - Calcular o Quociente Eleitoral (QE) - Basta dividir o número  de votos válidos pelo número de vagas  disputadas. Como exemplo, numa  cidade em que, na última eleição foram aproximadamente 4.500.000 votos e  disputadas 50 vagas, o QE  seria igual a 90.000   2º Passo - Calcular o Quociente Partidário (QP) - Basta dividir o número  de votos para a  legenda/coligação pelo QE. O partido elegerá x  vereadores, sendo este x, o seu QP, descartando-se a fração (exemplo: QP  igual 3.2,  são eleitos 3 vereadores). Se um partido tiver QP menor que  1, ele não elegerá nenhum vereador.   EXEMPLO: Tomando por  exemplo uma cidade com 500.000 votantes e 20 vagas  a disputar para vereador (QE=25.000), vamos ao número de votos dos  partidos  (fictícios) e o seu QP (entre parênteses)   Partidos - Votos - QP PZY - 130.000 (5.2 - 5 vereadores)  PABX - 110.000  (4.4 - 4 vereadores)  PIB - 100.000 (4 - 4 vereadores)  PLUS - 90.000 (3.6 - 3 vereadores)  PIN - 50.000 (2 - 2  vereadores)  PAZ - 20.000 (0.8 - nenhum vereador)   Notem que ainda sobraram 2 vagas, sendo necessário outro cálculo:  agora  pega-se os votos e divide-se pelo QP + 1. O partido que obtiver a maior  média leva a vaga. O cálculo é repetido até que  todas as vagas sejam  preenchidas. Lembrem-se que, a cada vez que um partido leva uma vaga, a  sua média diminui e que o partido que  não atingiu QP maior que 1,  também não entra neste cálculo.   1ª Vaga:   PZY - 130.000 : 5.2 = 20.96 (melhor média,  leva a primeira vaga)  PABX - 110.000 : 4.4 = 20.37  PIB - 100.000 : 4 = 20  PLUS - 90.000 : 3.6 = 19.56  PIN - 50.000  : 2 = 16.6  PAZ - 20.000 (Não atingiu o QP)   2ª Vaga:   PZY - 130.000 : 6.2 = 18.05  PABX - 110.000 : 4.4 =  20.37 (melhor média, leva a segunda vaga)  PIB - 100.000 : 4 = 20  PLUS - 90.000 : 3.6 = 19.56  PIN - 50.000 : 2 = 16.6   PAZ - 20.000 (Não atingiu o QP)   Pronto, agora temos o quadro final da eleição de nossa cidade!   PZY - 6  vereadores (130.000 votos)  PABX - 5 vereadores (110.000 votos)  PIB - 4 vereadores (100.000 votos)  PLUS - 3 vereadores  (90.000 votos)  PIN - 2 vereadores (50.000 votos)  PAZ - 0 vereadores (20.000 votos)   Complicado é, mas acredite se  quiser, funciona. Como todo sistema, ele  tem falhas que são corrigidas ao longo do processo. Isso ficou evidente  nas duas últimas  eleições, quando o Éneas em SP, sozinho, atingiu o QP  de pouco mais de 7, levando mais 5 candidatos consigo (o PRONA só tinha 6   candidatos). E em 1998, quando Lindberg Farias tentou um mandato para a  Câmara Federal pelo PSTU, foi um dos deputados federais  mais votados,  só que o seu partido, por não ter feito coligação e por não ter mais  nenhum candidato com boa votação, não atingiu o  QP de 1, impedindo sua  eleição.  Em Almenara, dois candidatos mais votados não foram eleitos  por não atingirem o coeficiente  partidário exigido na época, por outro  lado tivemos candidatos que tiveram menos da metade dos votos dos  anteriores e que foram  eleitos.  Observações: Em eleições proporcionais, os votos válidos são somente  aqueles destinados à legenda ou a um  candidato.   SÓ PRA ESCLARECER  São tres sistemas: distrital, proporcional (usado no Brasil) e misto.  O voto  distrital é o sistema em que os parlamentares (vereadores,  deputados estaduais e federais) são eleitos por voto majoritário, com o   país, estados e municípios divididos em distritos (o que define um  distrito é um núcleo populacional). O mais votado em seu  distrito, está  eleito. É o sistema usado na esmagadora maioria dos países, inclusive  no presidencialista Estados Unidos.  O  voto proporcional é o sistema em que os parlamentares dos três níveis  são eleitos de forma proporcional. Funciona assim: cada  estado ou  município tem um coeficiente eleitoral, definido de acordo com o tamanho  da população, conforme já explicado. Dois  outros casos, além do Eneas  em SP são famosos: um, o de Miguel Arraes em 1986: ele obteve uma  votação três vezes superior ao  coeficiente eleitoral de Pernambuco, e  garantiu desta forma para o seu PSB a eleição de pelo menos três outros  deputados de  votação insignificante. O outro caso foi o do empresário  Paulo Octávio, no Distrito Federal, em 1994. Foi um dos candidatos mais   votados, mas o seu partido de então, o PRN, não atingiu o coeficiente  eleitoral mínimo. Assim, ele ficou de fora, elegendo-se  outros  parlamentares com votação inferior.  O sistema misto é uma criação da Alemanha. Por ele, metade da bancada de  um  estado é eleita pelo sistema proporcional, e a outra metade pelo  sistema distrital ou majoritário. Mas a parte proporcional tem um   ritual: cada partido apresenta uma lista de seus candidatos. À medida  que o coeficiente eleitoral é atingido, os nomes da lista  vão sendo  eleitos, do cabeça da lista para trás. Assim, o eleitor, quando escolhe  votar em um partido, sabe que seu voto irá  primeiro para o cabeça da  lista.   












