quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

CPI da Pedofilia com Cheiro de Pizza....


A CPI da Pedofilia apresenta nesta quinta-feira (16) relatório final em que deve deixar de fora pedidos de indiciamentos de pessoas investigadas por suspeita de exploração sexual contra crianças e adolescentes. A comissão investigou denúncias de crimes em noves estados por quase três anos.

O relatório final, de 1.995 páginas, relaciona casos de pedofilia e ações feitas pelas polícias em noves estados – Goiás, Roraima, Pará, São Paulo, Espírito Santo, Piauí, Amazonas, Alagoas e Bahia.

O relatório do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) aponta políticos, religiosos e até magistrados como suspeitos pela prática dos crimes.

Segundo a assessoria do presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES), o relatório da CPI não pediu indiciamentos porque os envolvidos com os supostos crimes teriam confessado ligação com os casos ao longo das investigações, o que teria resultado no indiciamento de vários suspeitos.

O Estado do Pará lidera em casos
Dos nove estados em que mais casos foram analisados, o Pará recebeu destaque da CPI da Pedofilia. Segundo o relatório, há registros de crimes sexuais à crianças cometidos em todos os 143 municípios do estado.

De 2004 a 2008, foram registrados 3.558 casos de pedofilia no estado, sendo 3.057 contra meninas e 501 contra meninos. Desse total, 688 crimes aconteceram com crianças com menos de cinco anos de idade, segundo a CPI.

Em Belém, os casos de estupro e atentado violento ao pudor passaram de 296 em 2003 para 529 em 2008. O relatório aponta ainda uma inércia na punição dos responsáveis. Segundo a CPI, das 210 denúncias de estupro registradas na cidade em 2008, apenas 20 (9,5%) chegaram a algum tipo de procedimento judicial. O relatório aponta entre os suspeitos pelos crimes diversas autoridades – entre elas prefeitos, deputados, conselheiros de tribunais de contas e até mesmo conselheiros tutelares. A Ilha de Marajó é considerada pela CPI como um “caso crítico”. Lá, os crimes sexuais seriam favorecidos pelas condições de pobreza que envolvem 40% da população, aponta o relatório. Segundo a comissão, há instalada naquela região uma “rota de exploração sexual”.