A
segurança pública e a violência custam ao Brsil
R$ 256 bilhões por ano (5,4% do PIB) (levantamento do 8º Anuário Brasileiro do
Fórum de Segurança Pública). A perda do capital humano (57 mil mortes anuais)
significa R$ 114 bilhões. O custo governamental na área é de 1,26% do PIB (um
dos Mais
altos do mundo e, ao mesmo tempo, um dos Mais
ineficientes e equivocados), porque continua altíssima a taxa de homicídios (29
para cada 100 mil pessoas). A Europa gasta com segurança 1,3% do PIB e tem taxa
de 1,1 homicídio para cada 100 mil pessoas; a elite do capitalismo distributivo
(países escandinavos ou em processo de escandinavização: Suécia, Dinamarca,
Finlândia, Islândia, Noruega, Alemanha, Bélgica, Austrália, Nova Zelândia,
Canadá, Japão, Cingapura, Coreia do Sul etc.) gasta 1% do PIB e tem 1/100 mil;
os EUA gastam 1% e têm taxa de 4,7/100 mil; Chile gasta 0,8% e tem taxa de
3,1/100 mil;Brasil:
1,26% com taxa de 29/100 mil.
02.
Os países menos violentos do mundo têm Gini (índice que mede a desigualdade –
quanto mais perto de 0 mais igualdade, quais mais perto de 1 mais desigualdade)
em torno de 0,30; EUA: 0,45; Brasil: 0,51. Somos um dos 10 países mais
desiguais do planeta (isso significa capitalismo altamente selvagem e
concentrador). As nações menos violentas estão no 1º grupo do IDH (índice de
desenvolvimento humano), com 47 países; o Brasil está no segundo grupo, na
colocação 79. Depois de 514 anos de existência construímos uma sociedade
marcada pela violência epidêmica, corrupção endêmica, desigualdade obscênica,
escolaridade anêmica (¾ dos brasileiros são analfabetos funcionais – veja Inaf)
e fraqueza institucional sistêmica.
03.
Como chegamos nesses indecentes patamares (campeão mundial em homicídios, em
números absolutos – 57 mil óbitos por ano; 12º país mais violento do planeta;
1º em violência contra professores; 7º em violência contra mulheres; 16 cidades
das 50 mais violentas do mundo; campeão mundial na violência ligada a futebol;
3º país na violência no trânsito, em números absolutos etc.? De 1.500 a 1529
(colônia, impérios e República Velha) a sociedade brasileira foi organizada
para 1% de consumidores (o resto da população foi ignorado); de 1930 a 2002 (de
Getúlio a FHC, chegamos a 20% de consumidores; o resto era puro resto); de 2002
a 2010 (Lula) alcançamos 40% de consumidores efetivos (20% da classe C mais
estável, antes inexistente), 30% de vulneráveis (classe C vulnerável, que pode
subir ou baixar conforme a situação socioeconômica do país) + 30% de pobres,
indigentes e famintos (muitos, beneficiários do bolsa família).
De 2011 para ca
(Dilma) luta-se com grandes desacertos e dificuldades (baixo preço das commodites ,
câmbio descontrolado, diminuição do crescimento da China, inflação, corrupção,
PIB baixo etc.) para que sejam mantidos os padrões consumistas da era Lula.
04. Num país com
desigualdade obscênica, escolaridade, civilidade e cidadania anêmicas, fraqueza
institucional sistêmica e corrupção endêmica (a Petrobras constitui somente a
ponta desse iceberg secular, comandado pelo maior crime organizado do país, de
natureza político-empresarial), a violência só poderia ser epidêmica (como
efetivamente é: 29 homicídios/100 mil pessoas). Há várias pontes que podem
ligar os problemas com as soluções. Uma delas (seguida pela Europa e,
sobretudo, pelos países escandinavos ou em processo de escandinavização) é
constituída de 4 pistas (no mesmo sentido): a) prioridade para a prevenção (no
lugar da repressão), b) certeza do castigo (ou seja: alto nível do império da
lei), c) excelente patamar de vida (estado de bem estar-social) e d) educação
em período integral
de alta qualidade para todos.