BACABAL - A prisão de um advogado na última quinta-feira (14), em Bacabal, provocou repercussão em toda a Região do Médio Mearim. O episódio colocou em rota de colisão duas sólidas instituições: a Polícia Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil.
Por volta das duas horas da madrugada, uma patrulha da Polícia Militar comandada pelo 2º Tenente Wataanderson Araújo, realizava uma operação que já é rotineira: o encerramento das atividades nos locais onde é realizado som ao vivo. No congloremado de bares conhecido por “Caipirão”, se encontrava o advogado Francisco Batista Costa. Ele alega, no boletim de ocorrência nº 6157/2010 registrado na delegacia do Primeiro DP de Bacabal, que além de determinar o desligamento do som, os policiais ordenaram que fosse suspensa a venda de bebida no local. Diz o advogado, que ao interpelar sobre o amparo legal para tal determinação recebeu ordem para ser revistado. Ele afirma que concordou, somente tendo se negado a adotar o procedimento de por os braços apoiados em uma parede. Isso teria despertado no comandante da patrulha a intenção de levá-lo preso.
Mesmo depois de ter se identificado como advogado, Francisco Batista foi conduzido para a delegacia sob a alegação de desacato à autoridade, algemado com os braços para trás. Após o registro do Boletim de Ocorrência do Tenente Araújo, o advogado Batista foi liberado pela delegada de plantão Clenir Reis.
Ontem aportou na cidade uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, para apurar o caso e pedir providências as autoridades competentes.
Composta por cinco advogados, dentre eles o presidente da subseção da Ordem em Bacabal, Agnelo Rodrigues e os causídicos Charles Dias e Herivelton Lago. A comissão se reuniu com o Major Eriverton, comandante do 15º Batalhão sediado na cidade e exigiu uma imediata abertura de processo administrativo. Segundo o advogado Charles Dias, o comandante da Batalhão se comprometeu a apurar a responsabilidade no episódio.